Durante a visita notei
que o trabalho é simples, porém com grandes resultados. Resultados
que são percebidos nas pessoas que fazem tratamentos de reabilitação
química e de todas as famílias envolvidas.
É importante ressaltar
a atividade nesse campo precisa muito de auxílio, e atualmente a
maior dificuldade está na falta de energia, tendo em vista que as
pessoas em reabilitação desenvolvem tarefas na produção de pães,
biscoitos e doces, e esse serviço requer uma eletricidade
ininterrupta.
Mas é um processo que
leva tempo e as parcerias estão surgindo.
Em conversa com o
administrador da fazenda Luciano Figueiredo, descobri que por
exemplo, existe um problema sério com o alambrado da quadra de
esportes onde praticamente se usa uma bola em cada partida, e a
partida normalmente dura até a bola furar nas ferragens que estão
expostas.
Por outro lado vi muita
coisa bonita, sobretudo o empenho dos internos na busca da
recuperação.
Vi uma pequena, mais
bem cuidada horta. Uma panificadora funcional e uma fabriqueta de
sabão de onde são retirado quase todos o sustento do projeto como
um todo.
As vezes ficamos
imaginando que para ajudar a um projeto de tanta relevância
precisamos de valores vultosos. Entretanto, apenas comprando os
produtos que lá são produzidos já é de grande ajuda.
São produzidos pães
de forma, cinco sabores biscoito e sabão em barra. Esses produtos
são comercializados principalmente nas igrejas católicas da
Capital.
Vejam, abaixo a matéria
que produzi na ocasião da visita.
As fotos são de
Vitória Barreto.
Presidente
do Tribunal de Justiça realiza visita técnica na Fazenda da
Esperança
A
presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima,
desembargadora Tânia Vasconcelos Dias, acompanhada de uma comitiva,
visitou as instalações e conheceu o funcionamento da Fazenda da
Esperança, localizada no município de Iracema, a 89 km de Boa
Vista, antiga Vila São Raimundo, sentido sul da BR 174. A comitiva
foi recepcionada pelo Bispo da Diocese de Roraim, Dom Roque Paloschi,
e pelos coordenadores locais. A
entidade é uma comunidade terapêutica de recuperação de
toxicodependentes, fundada em dezembro de 2009.
Durante
a visita foi explicado, pelo coordenador local da Fazenda, Luciano
Figueiredo, a metodologia de trabalho sustentada em três pilares
fundamentais “trabalho, convivência e espiritualidade”. Os
internos são distribuídos em três casas com funções distintas na
organização social e na divisão dos trabalhos, como panificação,
fábrica de sabão e cuidados com a limpeza, manutenção de cercas e
cuidado dos animais.
A
instituição é gerida por missionários da Ordem Franciscana, e,
sua principal fonte de renda é a venda dos produtos fabricados pelos
internos (pão de forma, cinco sabores de biscoito e o sabão em
barra), bem como donativos em geral.
De
acordo com o coordenador, Luciano Figueiredo, essa visita foi muito
importante, pois permite que o Judiciário e representantes do Poder
Executivo conheçam o trabalho aqui desenvolvido. “Estávamos
ansiosos para essa visita. Mostramos aqui os nossos progressos e as
nossas principais dificuldades. Nossa metodologia de trabalho é
simples, mas podemos ver os resultados positivos que traz, para o
indivíduo, para as famílias e para a sociedade em geral. Aqui as
portas estão sempre abertas: só se interna aqui quem quer (e pede
pra entrar), depois que aqui se encontra precisa seguir nossos
padrões de regras, se por acaso não se adaptar e quiser sair as
portas estão sempre abertas, pois nem muro possuímos”, afirmou
figueiredo.
Para
o juiz Alexandre Magno Magalhães Vieira, a visita além de muito
esclarecedora, foi produtiva, pois foi possível que o Poder
Judiciário viesse a conhecer a realidade dessa instituição mantida
pela sociedade civil que desenvolve essa importante ação social.
“Já somos parceiros, pois uma grande parcela dos beneficiados com
as penas e medidas alternativas são dependentes químicos e muitos
vêm para cá no intuito de se tratarem, com esse trabalho todos
ganham, a justiça e a sociedade”, afirmou o magistrado.
Após
conhecer as instalações, os visitantes tiveram um momento de
partilha de alimentos e, logo em seguida, foi feita a partilha das
experiências de um interno que está perto de completar seu período
de internação e de um dos coordenadores da Fazenda (ex-interno)
exporem seus testemunhos, relatando como entraram, viveram e saíram
do mundo das drogas, destacando a importância da instituição.
A
desembargadora Tânia Vasconcelos afirmou que já conhecia a Fazenda,
pois em várias ocasiões esteve foi lá para comprar pão e
biscoitos, mas foi a primeira vez que esteve em uma visita oficial.
“Chama a atenção a simplicidade das instalações combinado com o
zelo e importante trabalho ali realizado. É um trabalho sério,
coordenado por pessoas sérias, que se dedicam à importante obra de
resgatar o ser humano. Enquanto instituição, o Tribunal de Justiça
vai procurar auxiliar dentro de suas limitações, principalmente
contactando nossa rede de parceiros para fortalecer esse e outro
projetos sociais”, concluiu a presidente.
A
comitiva foi composta pelo juiz Titular da Vara de Penas e Medidas
Alternativas, Alexandre Magno Magalhães Vieira, a juíza substituta
Joana Sarmento, os promotores de justiça Ricardo Fontanella e
Lucimara Campaner, o procurador do Estado José Ruyderlan Lessa e,
ainda por servidores da equipe multiprofissional da Vepema e do
Juizado especializado em Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher.