Artigo: Um puxão de orelha necessário – reflexões após o 17º Encontro Nacional do PT

Acabei de assistir, pelo canal da TVPT no YouTube, ao discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores. Foi mais do que um simples discurso político — foi uma verdadeira aula de história, de sensibilidade e de responsabilidade com o Brasil.

Confesso que, ao final da fala, me senti pequeno diante do vigor e da lucidez de um senhor de quase 80 anos. Tenho 51 e milito no PT desde os 14. Acompanho de perto as batalhas do partido, os altos e baixos, os enfrentamentos e as vitórias. Mas ainda assim, Lula me surpreendeu mais uma vez. Sua mensagem é ao mesmo tempo revigorante e provocativa. Fala como quem orienta, mas também como quem exige — com o tom firme e ao mesmo tempo afetuoso de um pai que nos dá aquele necessário “puxão de orelha”.

Esse Encontro Nacional teve um peso especial: marcou a eleição do novo presidente do Partido dos Trabalhadores, por meio do voto direto de todos os filiados. Um gesto democrático e simbólico que reforça o compromisso do PT com a participação da base, com a escuta das vozes que constroem o partido desde os territórios, sindicatos, movimentos sociais e periferias.

Mas não paramos por aí. Lula lançou um desafio: eleger a maior bancada possível de deputados federais e senadores, pois só com força no Congresso será possível garantir que o Brasil continue avançando na direção da justiça social, da soberania nacional e da melhoria da qualidade de vida da população.

Essa provocação não foi apenas retórica — foi um chamado à ação. Um convite à militância, à organização, ao trabalho de base, à construção cotidiana de um projeto de país.

E aí? Dá pra ficar parado depois dessa?

Mais do que nunca, é hora de arregaçar as mangas. Que esse “puxão de orelha” de Lula nos mova, nos inspire e nos devolva o fôlego. Porque a luta não espera, e o Brasil precisa de cada um e cada uma de nós.
Oiran Braga Mundurucu