Quem sou eu

terça-feira, 9 de março de 2010

RORAIMA, A TERRA DO FUTURO QUE NÃO CHEGA


Poema retrata a situação de Roraima quinze anos atrás. A autora com senso de humor e muita percepção trabalha o assunto forma direta.

Alguns problemas daquele tempo já não existem, outros agravaram, a maioria continua igual.

Opinem!





Tá difícil?

Vem pra cá!

Lugar bom pra se viver

É Roraima, sim senhor.

O futuro, meu amigo,

Nessa terra só tardou.

É a terra do “já teve”,

Porque tudo acabou.

Hotel com vista pro rio?

Esse tempo já passou.

Cinema pra namorar?

O Edir Macedo comprou.

E o Eldorado perdido?

O presidente fechou.

E terra pra trabalhar?

A FUNAI reservou.

Como vão as onze horas?

A fonte delas secou.

E a cultura racional?

Por esse lugar nem passou.

E o dinheiro dessa gente?

Há muito tempo acabou.

E o comércio local?

O povo nunca mais comprou.

E como vive essa gente?

Do governo, sim senhor.

E o tempo, como está?

A temperatura aumentou.

E eletricidade, ainda tem?

Hoje, três vezes faltou.

Que povo habita essa terra?

O ...ENSE aqui se aboletou.

E os votos desse lugar?

O paraquedista comprou.

E os índios yanomami?

Por pouco ainda não acabou.

E a cultura regional?

O caxiri exaltou.

Há uma saída afinal?

O aeroporto, ainda, não fechou.


Leci Marques

(poesia classificada no I Compoesi – 1995, Publicada no livro: sesi-rr. Criador & Criatura, 1999 )

2 comentários:

  1. Veja só que coisa: o poema acima foi escrito em 1995. Uma década e meia depois, tudo continua igual. Como diria o fiólosofo Léo Jaime: "ô, ô, ô, ô nada mudou!!!!".
    Lamentável.

    ResponderExcluir
  2. Olá, meu amigo, Oiran.
    Não é por nada, não, mas eu preferia o outro template do blog. Ele casa melhor com a proposta do blog. E se você precisar de ajuda para dar uma melhorada, posso ajudar. Me dá só um tempinho para eu terminar uns serviços que te dou uma mãozinha.

    ResponderExcluir