Quem sou eu

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Preguiça do Tempo, Fogo do Encontro

 

Moldura Romântica para Poema
🌹
🌹
🌹
🌹

Preguiça do Tempo, Fogo do Encontro

Entre ausências e silêncios mansos,
dormem amizades, amores distantes,
preguiçosos, distraídos, errantes,
mas nunca esquecidos nos seus descansos.

E quando, de repente, se encontram,
luzes acendem, risos se derramam,
corações lembram que ainda se amam
e o instante vale por tudo que faltam.

Que assim se repita, vez após vez,
o milagre simples de estar junto outra vez

Boa Vista, 14/08/2025

Oiran Braga Mundurucu

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Artigo: Um puxão de orelha necessário – reflexões após o 17º Encontro Nacional do PT

Acabei de assistir, pelo canal da TVPT no YouTube, ao discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores. Foi mais do que um simples discurso político — foi uma verdadeira aula de história, de sensibilidade e de responsabilidade com o Brasil.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

O Ho'oponopono Diário: Sua Arma Secreta (e Incômoda) para Ser Humano

 

Quer verdadeira liberdade? O Ho'oponopono, essa antiga sabedoria havaiana, não é apenas relaxamento. É uma revolução interna diária. Repetir "Sinto muito", "Me perdoe", "Eu te amo", "Sou grato" parece simples, quase ingênuo. Mas eis o desafio: e se TUDO que te irrita, ofende ou frustra no mundo exterior for, em última instância, sua responsabilidade?

segunda-feira, 2 de junho de 2025

TJRR institui Comissão de Direitos Humanos em resposta à "desumanização social"


O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) formalizou nesta semana a criação da Comissão de Direitos Humanos mediante a Portaria TJRR/PR nº 842/2025. A instância, presidida pelo desembargador Almiro José Mello Padilha, terá atribuições estratégicas para promover políticas de igualdade, inclusão e proteção à dignidade humana no âmbito judiciário.

A portaria, assinada pelo presidente do TJRR, desembargador Leonardo Cupello, fundamenta-se explicitamente no combate ao cenário de "desumanização social" – termo utilizado nos considerandos do ato normativo. A Comissão atuará na implementação de diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (Portaria CNJ 190/2020), com competências que incluem:

  • Acolhimento de denúncias de violações de direitos;

  • Articulação com organismos internacionais;

  • Fomento à formação de magistrados em direitos humanos;

  • Garantia da efetividade de normas nacionais e internacionais.

Histórico de lutas sociais celebra iniciativa
Fontes do movimento social de Roraima receberam a notícia com entusiasmo, destacando o simbolismo da medida em um contexto nacional marcado por retrocessos em políticas inclusivas. Líderes históricos na defesa dos menos favorecidos – com atuação em pastorais da Igreja Católica, movimento estudantil (incluindo ex-integrantes da União dos Estudantes Secundaristas de Roraima - URES) e entidades sindicais – classificaram a iniciativa como "alvissareira".

"Esta Comissão surge como resposta institucional à erosão dos direitos fundamentais", afirmou um representante de coletivos locais, que preferiu não se identificar. Ele ressaltou sua trajetória de décadas nas trincheiras sociais e colocou-se à disposição para contribuir com a nova instância: "É uma conquista que ecoa as lutas de quem sempre combateu a exclusão em Roraima".

Próximos passos
A Comissão, com mandato de dois anos (renovável uma vez), inicia seus trabalhos com reuniões ordinárias e extraordinárias convocadas pelo desembargador Padilha. Integram ainda o colegiado magistrados e assessores jurídicos, responsáveis por operacionalizar as ações previstas no artigo 3º da portaria.
Texto e foto: Oiran Braga


Confira portaria na ítegra no site do Diário da Justiça Eletônico

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Entendendo a música “Meu Caro Amigo” de Chico Buarque

Falar sobre uma obra de Chico Buarque é sempre um desafio, ainda mais quando se trata de uma canção carregada de simbolismo como Meu Caro Amigo. Não tenho a pretensão de entender a mente genial desse mestre e revolucionário da música brasileira, mas, com base no conhecimento adquirido ao longo da minha vida e nos estudos sobre os temas que essa canção aborda, ouso me aventurar nessa análise.

Eu, Oiran Braga, jornalista multitarefas e apaixonado pela música, vejo essa composição como um retrato poético e político de uma época sombria da nossa história. Entre a leveza do humor e a densidade da crítica social, Chico Buarque e Francis Hime conseguiram transformar uma carta em um dos mais marcantes gritos de resistência da nossa cultura.

A partir dessa perspectiva, proponho uma reflexão sobre a conjuntura, a poética, a musicalidade e o contexto político dessa canção, que permanece atual e necessária.

Vamos lá:

A música "Meu Caro Amigo", de Chico Buarque e Francis Hime, lançada em 1976, é uma carta musicada enviada ao dramaturgo Augusto Boal, que estava exilado na época. A canção apresenta uma forte carga política e social, utilizando-se da ironia e do humor para retratar a dura realidade do Brasil sob a ditadura militar.

1. Análise Conjuntural

No contexto da década de 1970, o Brasil vivia sob o regime militar, instaurado em 1964 e intensificado com o Ato Institucional nº 5 (AI-5) em 1968, que ampliou a censura, a repressão política e a perseguição a artistas, intelectuais e opositores. A música surge nesse período como um meio de comunicação velada e de resistência.

Chico Buarque, que já havia sofrido censura em diversas composições, utilizou o formato de uma carta para expressar sua indignação com a situação política e social do país, dirigindo-se a Boal, que havia sido preso e exilado pelo regime.

2. Análise Poética

A letra mescla um tom sarcástico e melancólico, criando um contraste entre o tom coloquial e a denúncia da repressão. A linguagem é simples, como em uma conversa entre amigos, mas carregada de subtextos críticos.

Trechos como:
"Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll"

demonstram como a realidade no Brasil parecia seguir normalmente, apesar da violência e da repressão política. O uso da ironia é evidente, pois, ao falar de um país vibrante e festivo, Chico expõe uma falsa normalidade imposta pela censura e pelo medo.

3. Análise Musical

A melodia de Francis Hime reforça a dualidade entre o tom informal e a crítica implícita. A canção possui uma estrutura que lembra o choro e o samba-canção, gêneros tipicamente brasileiros, o que contribui para a ideia de uma conversa descontraída, ao mesmo tempo em que carrega um lirismo melancólico.

O andamento fluido da música sugere um tom epistolar natural, reforçando a ideia de uma carta falada. A harmonia, embora sofisticada, mantém-se acessível e envolvente, permitindo que a mensagem seja absorvida sem perder a leveza da melodia.

4. Análise Política

"Meu Caro Amigo" denuncia de forma indireta as dificuldades enfrentadas pelo povo brasileiro durante a ditadura. Ao descrever um cotidiano aparentemente comum, a música sugere que, por trás da normalidade imposta pelo regime, havia repressão, exílio e censurar emete à ideia de estagnação e desilusão, indicando que a situação política não melhorava e que a repressão continuava.

Além disso, ao mencionar Boal, a canção representa o exílio forçado de inúmeros artistas e intelectuais que se opuseram ao regime.

Então...

"Meu Caro Amigo" é uma música que equilibra lirismo, humor e crítica política, sendo um dos grandes exemplos da resistência cultural durante a ditadura militar no Brasil. Sua poética envolvente, a melodia cativante e a profundidade de sua mensagem fazem dela uma obra atemporal, relevante tanto no contexto da época quanto nos dias atuais.

Chico Buarque, com sua genialidade, conseguiu driblar a censura e transmitir uma mensagem de resistência e solidariedade aos que estavam exilados, ao mesmo tempo em que denunciava, de forma sutil, a dura realidade brasileira.



terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Edgard Zanette lança novo livro com título inusitado: "Café com Caxiri"

Boa Vista se prepara para um evento literário marcante! No próximo sábado, 22 de fevereiro, às 17h, a Livraria Boa Vista, localizada no Pátio Roraima Shopping, será palco do lançamento do mais novo romance do escritor e professor Edgard Zanette. Publicado pela Editora Labrador, "Café com Caxiri" promete provocar reflexões profundas ao abordar temas como desigualdade social, identidade e pertencimento.

11 de Fevereiro – Dia do Antropólogo


Hoje celebramos o trabalho essencial dos antropólogos, profissionais que dedicam suas vidas a compreender a complexidade da existência humana. Através da observação, do estudo das culturas, dos costumes, das línguas e das relações sociais, a antropologia nos ajuda a enxergar além das aparências, promovendo a empatia e o respeito à diversidade.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Reciclar a Mente: Raul Seixas, Ecologia e o Futuro da Música


Meu primeiro artigo "distópico" não poderia ser tratar de outro assunto a não ser do mestre Raul Seixas ....

Se Raul Seixas estivesse entre nós, sua visão sobre o "novo normal," a ecologia e a nova música popular brasileira provavelmente seria tão provocadora quanto suas letras. Vamos conjecturar como ele poderia abordar esses temas:

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

São Sebastião: O Padroeiro de Boa Vista e o Exemplo de Fé de Guilhermina de Holanda

 

A história de São Sebastião, mártir cristão do século III, é um testemunho de coragem e fidelidade. Oficial do exército romano, ele não renunciou à sua fé mesmo diante das perseguições. Conhecido por sua ajuda aos cristãos presos e por suas conversões, foi condenado ao martírio, sobrevindo inicialmente à execução por flechas, mas sendo posteriormente açoitado até a morte. Seu exemplo de entrega e devoção atravessou os séculos, inspirando comunidades em diversas partes do mundo.

Em Boa Vista, capital de Roraima, a devoção a São Sebastião teve início graças à fé inabalável de Guilhermina de Holanda Bessa. No início do século XX, diante de uma peste que ameaçava dizimar seu rebanho na região do Amajari, ela fez uma promessa ao santo: construiria uma capela em sua homenagem caso os animais fossem poupados. Após alcançar a graça, mesmo enfrentando o luto pela perda do marido, Guilhermina mudou-se para Boa Vista com suas filhas, Francisca e Cecília Bessa, e deu início à construção da prometida capela.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Palácio Latife Salomão: Da Promessa ao Renascimento como Fórum da Cidadania


O Palácio Latife Salomão, situado no centro de Boa Vista, Roraima, nasceu na década de 1990 com uma proposta promissora: ser um espaço de apoio ao microempreendedor, funcionando como um verdadeiro "guarda-chuva" para fomentar negócios locais e oferecer suporte administrativo e logístico. No entanto, sua trajetória inicial foi curta, como a de uma libélula que nasce para logo desaparecer.

sábado, 4 de janeiro de 2025

Ano Novo 2025: Reflexões e Esperanças para um Ano de Preparação

Imagem criada pela minha expectativa de um futuro pra Roraima 

Oiran Braga

 O ano de 2025 desponta como um período singular: sem eleições, mas recheado de preparações para o próximo pleito. Este intervalo nos convida à reflexão, à análise crítica e ao fortalecimento das bases democráticas que sustentam nossa sociedade. Em tempos de polarização e incerteza, é imperativo reafirmarmos a prevalência dos direitos civis e coletivos sobre os individuais, não para negar a importância destes últimos, mas para reconhecer que é no bem comum que a verdadeira justiça social encontra sua expressão.