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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Anjos do Mau ou Protetores? A Percepção Distorcida da Polícia e Seus Reflexos na Sociedade

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imagem do vídeos que circula

Um vídeo que circula pelas redes sociais, onde um cidadão de origem simples (embriagado) é abordado por uma patrulha, e  dois policiais, suscita uma reflexão preocupante sobre a relação entre o povo e as forças policiais. A cena mostra os agentes, educadamente, oferecendo ajuda para conduzir o homem até sua casa, ao que ele responde com a frase: "Vocês são anjos do mau". Ao ser informado que se tratava da ROCAM (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), sua recusa tornou-se ainda mais enfática: "Aí que não vou mesmo!"

Esse episódio reflete muito mais do que um simples mal-entendido. Ele encapsula a percepção atual que parte da população tem das forças policiais, algo que se deteriorou ao longo do tempo. Não faz tanto tempo que as forças de segurança eram tidas como as entidades governamentais em quem os cidadãos mais confiavam. A polícia, historicamente, era vista como protetora, referência de ordem e garantia de segurança. No entanto, práticas abusivas, desumanas e violentas corroeram essa relação, transformando o medo em resistência e, em casos mais extremos, em recusa de qualquer ajuda oferecida pelos agentes.

O que leva um cidadão a preferir evitar a ajuda da polícia, mesmo em situações onde ela poderia ser benéfica? A desconfiança que surge não é sem motivo. Há inúmeros relatos de violência policial, racismo institucional e abordagens truculentas, que contrariam o que deveria ser a missão das forças de segurança: proteger e servir. Este distanciamento é sintoma de uma falha estrutural tanto na educação policial quanto no relacionamento das instituições com a comunidade. Ao mesmo tempo, não se pode generalizar.

No entanto, é preciso reconhecer que nem todos os policiais agem dessa maneira. Muitos agentes cumprem suas funções com dignidade, oferecendo ajuda genuína e cumprindo seu dever de proteger a sociedade. Eu mesmo já fui ajudado pela polícia em várias ocasiões, tanto em casa quanto nas ruas. Porém, também já fui tratado com descaso e desrespeito. Essa dualidade de experiências, vivida por muitos, é o que gera essa confusão e resistência generalizada.

E, diante de tudo isso, resta a pergunta: o que podemos ou devemos fazer? Como reestabelecer a confiança entre a população e suas forças de segurança? Como transformar os "anjos do mau" de volta em protetores respeitados e confiáveis? A resposta não é simples, mas passa pela conscientização, capacitação adequada das forças policiais e, principalmente, pela construção de um relacionamento mais humano e menos opressor entre os agentes do Estado e o cidadão comum.

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