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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Minha História (atualizada), um ensaio de um lado da minha biografia!

 

Montagem com meus filhos (Acassia Vitória, Guilhermi Marques e seu General, Agello Gabriel, Gisele Marques Kauan Karlos e Luana Estella)

Aconteceu, no dia 25 de outubro, postado no Facebook,

Enfim, chegou o "Dia consagrado ao Meu Nome!", como dito na série televisiva e literária Game of Thrones! Sem guerra, somente na paz, eu digo: obrigado, meu Pai, por mais um dia!

Mesmo "passando por cima da pílula", nasci como o primeiro filho homem, mas segundo filho de um casamento que se acabou precocemente, com pouco menos de um ano de diferença da saudosa e ainda muito amada Marilva, que completaria 52 anos neste dia 5 – feriado em Roraima, onde se celebra o aniversário do Estado. Pela graça do Deus da Vida e da Esperança, fui agraciado por abrir os olhos e, antes de chorar – minha mãe costumava dizer que até meu choro era caladinho –, eu sorria! Já meus filhos, Guilhermi e a primogênita Vitória, vieram ao mundo berrando como sindicalistas em greve na praça pública!
Tudo isso pra dizer que no dia 25 de outubro de 1973, às 10h, nasci em casa. O parto foi feito por uma pessoa que, com certeza, seria acusada de bruxaria e condenada pela Inquisição na época e, talvez hoje, dada a “religiosidade fascistoide instalada”, também. Minha avó "Chaguinha", parteira e rezadeira da região, quase cega, contou com a ajuda de duas aprendizes, das quais não me recordo o nome… Nasce, teimosamente, Oiran Braga dos Santos, uma rica miscigenação (indígenas da etnia mundurucu + africanos trazidos ao Brasil para serem escravizados), filho de Mario Alberto Gomes dos Santos (pai) com uma "filha do Norte e neta do Nordeste", Iva de Araújo Braga (mãe), ambos in memoriam.
Minha avó sempre dizia que, antes de chorar e abrir os olhos, eu sorri – coisa emblemática, já que ela era quase totalmente cega. Nasci em casa porque meu pai estava “de plantão no ponto de táxi” e não pôde ver meu nascimento. A intenção era que minha mãe fosse conduzida à maternidade por ele… Coisas da vida! O endereço: uma chácara na cidade de Manaus, Estrada do Aleixo (hoje Avenida André Amazonas), em frente aos Correios.
Tudo isso pra dizer, como disse Violeta Parra em sua belíssima composição Gracias a la Vida [Gracias a la vida, que me ha dado tanto], só posso ser grato ao Senhor pela vida, pela minha família, seja ela lateral (meus irmãos e minhas irmãs), ascendentes e descendentes (meus amados filhos e netos – posso dizer no plural, pois o coração do meu netinho ou netinha já foi ouvido no útero de sua mãe, Vitória). Minhas orações pela vida dos dois.
Na infância, a música "Tempo Bom", de Chico da Silva, com a composição de João Paulo e Moisés, trazia versos como "Rodar pião, estilingue no pescoço e papagaio pra soltar...", mas esses tempos de brincadeira não faziam parte da minha realidade. Minha vida era dedicada ao trabalho: vendia com orgulho as iguarias que minha mãe preparava, aos estudos e, em seguida, às militâncias sociais, sindicais e religiosas que moldaram meu caminho. Esse caminho foi fortalecido pelo compromisso com a Teologia da Libertação e pela militância política, social e partidária, que iniciaram aos 13 anos e marcam minha vida até hoje. Tenho um compromisso especial com a CEB (Comunidade Eclesial de Base) Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Bairro Asa Branca (13), e atuei na criação da CEB Santa Edwiges.
Não posso jamais esquecer meus irmãos: a eterna Marilva (Nega), Gracinha, Cleidson (Preto, Pretinho), Nívia (Sibita, Sibitinha) e Cleiton (Piqueno). Todos são profundamente amados, cada um com suas peculiaridades, mas o amor é incondicional, não exige nada em troca! Esse caminho me trouxe também amigos especiais, como Rogério e Rodrigo Filgueiras e suas irmãs, Carmem e Heloísa; Mãe Nazaré (Andrelina, mas ninguém usa esse nome); Tânia Leal e o irmão Peures Frank; Gardelha; Ana Cleide; Clóvis Ferreira Lima; Heliton e seu irmão Elilton. Cada um deles poderia compor um livro de pessoas especiais. Minha comadre Aurinês praticamente pegou na minha mão e me arrastou pra Igreja, resgatando minha vida.
Ainda na adolescência, conheci o conselheiro Pablo Sérgio e meu padrinho de Crisma, Titonho. Em meu primeiro casamento, aos 20 anos, com Edite Cássia, mãe de Vitória, contei com o carinho dos padrinhos Parima e Lenir, que sempre estiveram presentes em minha vida. Após o fim desse primeiro casamento, vivi um segundo matrimônio com Leci Marques, uma índia/negra guerreira. Esse casamento durou 21 anos e se transformou em uma bela amizade. Costumo dizer que ela foi promovida a minha melhor amiga! Só posso expressar gratidão por essa amizade.
Para terminar (ninguém merece um texto tão longo, né?), com todos os percalços da vida, “estou aqui bem diante de vocês”, conforme disse Raul em Eu Sou o Homem que Sou [Eu sou o homem que sou e não posso mudar], e, como diz a música Tocando em Frente (Almir Sater e Renato Teixeira), vou cumprindo a vida e meu compromisso com as causas sociais, o que me representa, apesar das preocupações que geram! Raul Seixas disse em resposta a Marcelo Nova em seu último trabalho: “Assim, cheio de verdade, com amor e com maldade, um abraço e até outra vez.” Obrigado a “toda rapaziada e à turma toda”, como diz Oswaldo Montenegro em dueto com Renato Teixeira.
Hoje, aos 51 anos, sinto-me mais forte, mais feliz e infinitamente mais produtivo. Vivo como protagonista da minha própria história, trilhando um caminho de solidariedade e compaixão. Através de campanhas que promovem o bem, continuo trabalhando pela construção de uma sociedade mais justa, humana e fraterna. Em cada ação, mantenho o olhar voltado para o Reino Definitivo, como rezamos no Pai Nosso: Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade. Que assim seja, em cada passo e decisão.
Me perdoem se esqueci alguém!
Só tenho a agradecer!

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